Hilda Hilst, minha amada poetisa brasileira, escreveu em seu poema número 5 de CANTARES:
O Nunca Mais não é verdade.
Há ilusões e assomos, há repentes
De perpetuar a Duração.
O Nunca Mais é só meia-verdade:
Como se visses a ave entre a folhagem
E ao mesmo tempo não.
(E antevisses
Contentamento e morte na paisagem).
O Nunca Mais é de planície e fendas.
É de abismos e arroios.
É de perpetuidade no que pensas efêmero
E breve e pequenino
No que sentes Eterno.
Nem é corvo ou poema o Nunca Mais.
Postado por: Giovanni Oliveira
Olá pessoal, como ainda não fluiu em mim uma inspiração maior para escrever meus próprios poemas rsrs...vou iniciar minha participação aqui no blog com um poema que considero especial... é de Cecília Meireles, cujo nome é Motivo. Vamos lá...
ResponderExcluirEu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
-Não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
-Mais nada.
Lindo poema vanessa, Cecília é Cecília
ResponderExcluirbjos